China promete uma intensificação na guerra contra as drogas

Wikimedia) O Presidente chinês, Xi Jinping, terá prometido apoiar o Presidente Rodrigo Duterte, no que toca à sua abordagem à problemática dos narcóticos (Fonte:
Na sequência de meses de fortalecimento ao nível do estabelecimento de ligações internacionais com países vizinhos, no âmbito do controlo de narcóticos, oficiais chineses clamam agora por uma intensificação nas políticas repressoras na luta contra as drogas.
Em declarações fornecidas pelo CCTV (a emissora estadual), no dia 23 de Março, Guo Shengkun, Ministro de Segurança Púbica e cabeça da National Narcotics Control Commission (NNCC), afirmou que uma política repressiva intensificada resultaria numa redução do consumo de estupefacientes. Neste sentido, Shengkun argumenta que ditas prerrogativas opressivas se deveriam centrar nos indivíduos responsáveis pela produção e tráfico de drogas, bem como deveriam focar-se no “[controlo] dos grupos consumidores de narcóticos”.
O Presidente chinês Xi Jinping reuniu-se com o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em Outubro do ano passado, sendo o último responsável pela execução em massa de indivíduos, alegadamente, envolvidos com narcóticos. As políticas de Duterte no que diz respeito à problemática das drogas, parecem reunir a aprovação do governo de Jinping, tendo o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês declarado que o governo apoiaria “as novas medidas governamentais filipinas no que concerne o controlo de narcóticos”, assim como outras medidas de segurança.
Segundo a agência de comunicação social estadual, Xinhua, Shengkun terá prometido, em Novembro, um incremento na cooperação com o Myanmar, ao nível do controlo de drogas. O Myanmar constitui um dos três países que compõem o chamado Golden Triangle, a segunda maior região produtora de opiáceos no mundo (sendo o Afeganistão a maior).
No dia 21 de Março deste ano, foi assinado um memorando, no sentido do estabelecimento de uma cooperação bilateral no que diz respeito à aplicação da lei, entre Shengkun e o Ministro da Administração Interna russo, Vladimir Kolokoltsev. Ainda que os dados que vieram a público não contenham elementos referentes ao controlo de drogas, o dia em que o acordo foi assinado coincidiu com declarações de Kolokoltsev, nas quais o ministro, segundo a agência de notícias russa TASS, sustentou o desejo de trabalhar com a China de modo a “prevenir a criação de um fluxo estável de droga”
Ditas medidas bilaterais de cooperação vêm a complementar os esforços de uma divisão contra narcóticos criada numa ação conjunta dos governos chineses e australiano. A chamada Taskforce Blaze, foi lançada em 2015 numa tentativa de lidar com o contrabando internacional de metanfetaminas.
Desde a sua incepção, a referida Taskforce Blaze terá sido responsável pela apreensão de sete toneladas de narcóticos. Ditos dados foram revelados no passado dia 24 de Março, tendo suscitado elogios por parte das entidades de implementação de justiça australianas à ação das autoridades chinesas no âmbito da iniciativa conjunta.
Em declarações prestadas à News.com.au, Bruce Hill, comandante da Polícia Federal Australiana constatou que “A China é, para nós, um novo patamar (…) No entanto, devo admitir, que estão a fazer um esforço genuíno e ressonante, particularmente, connosco, no sentido de contruir pontes…eles compreendem as vantagens desta união e dos nosso trabalho conjunto”
Oficiais chineses poderão estar à procura de uma expansão na sua demanda contra as drogas, atendendo à diminuição no número de detenções e apreensões associadas a narcóticos, ao nível doméstico.
O passado ano de 216 terá marcado o primeiro ano desde a subida de Jinping ao poder em 2012, no qual se registou um decréscimo no número de indivíduos detidos quer pela produção quer pelo tráfico de drogas.
Publicado no dia 22 de Março, o relatório anual da NNCC revela que cerca de 168.000 indivíduos foram encarcerados pela produção e tráfico de estupefacientes em 2016, registando um decréscimo de treze porcento em comparação ao número estimado de 194.000 de detenções em 2015, pelos mesmo crimes.
No mesmo espectro, 82.1 toneladas de drogas ilegais, nas quais se inclui heroína, metanfetamina e queratina, foram apreendidas pela polícia em 2016. Tal revela quebra de dezanove porcento, comparativamente às estimadas 102 toneladas apreendidas em 2015.
Ainda que a China já se reja por uma das políticas mais repressivas, no que diz respeito à questão dos narcóticos, prevê-se que esta venha a acentuar-se ainda mais. É estimado que na China, o número de indivíduos executados por ofensas associadas a drogas seja o mais elevado a nível mundial. Ainda assim, o presidente Jinping promete que “não iremos descansar até que seja atingida uma vitória absoluta” na luta implacável da China contra as drogas.
As declarações de Guo Shengkun, bem como as crescentes parcerias internacionais do governo no âmbito do controlo de narcóticos, poderão indiciar uma intensificação na posição, já autoritária e proibicionista, da China nesta problemática.