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Há uma maré verde crescente no Brasil

Se você tem acompanhado a cobertura da TalkingDrugs sobre a política brasileira de drogas nestes últimos vinte e quatro meses, deve estar bem familiarizado com os esforços do atual governo para impedir a política de drogas reforma e, mais especificamente, com a sua desinformação campanha contra a maconha medicinal. Desde a publicação de cartilhas que afirmam que a cannabis medicinal não existe, até o bloqueio do projeto de lei da cannabis medicinal de seguir para o Senado para aprovação final, o futuro ex-presidente Jair Bolsonaro, seus ministros e aliados não pouparam esforços para complicar o acesso a este medicamento restaurador da vida, tanto quanto possível.

A última tentativa foi liderada pelo Conselho Federal de Medicina, que está ideologicamente alinhado com o atual governo. Em outubro passado, o conselho proibiu os médicos de prescrever CBD para pacientes adultos e restringiu a prescrição a crianças e adolescentes para um número limitado de condições.

A proibição do CDB durou menos de duas semanas antes de sair pela culatra, gerando muitas críticas públicas. Médicos que prescrevem CBD afirmou publicamente que continuariam prescrevendo o medicamento, apesar das tentativas autoritárias do Conselho Federal de restringi-lo. Ao contestar a resolução, esses médicos agiriam em desobediência civil, mas, ainda assim, estariam cumprindo o juramento de Hipócrates. No ano passado, a Dra. Carolina Nocetti, médica pioneira na terapia com cannabis no Brasil, disse ao TalkingDrugs que é dever profissional e ético de todo médico aliviar o sofrimento dos pacientes; recusar-se a prescrever cannabis para aqueles que podem se beneficiar do medicamento vai contra o código de ética da profissão.

Como o Dr. Nocetti nos lembrou, “Temos estudos científicos sobre os benefícios da terapia com cannabis, e é obrigação do médico sentar e estudar sobre isso, assim como é nossa obrigação moral, como seres humanos, trazer alívio para aqueles que precisam de alívio. É fundamental para qualquer governo buscar a melhor qualidade de vida para seus cidadãos. Dentro do Código de Ética Médica, há uma parte voltada para a beneficência e a não maleficência, e esses são os dois princípios éticos que precisam ser considerados na tomada de decisão.”

A repressão do governo a novas prescrições de CBD parece ter desencadeado uma nova onda de eventos e atividades para levar a cannabis medicinal a mais pacientes do que nunca. Após o levantamento da proibição de duas semanas, a Agência Nacional de Saúde autorizou a importação do primeiro lote de Flores CBD para fins médicos do Uruguai. também tem autorizou a produção de um novo óleo CBD, que será o vigésimo terceiro produto de cannabis medicinal fabricado no Brasil. A Vara Cível de Belo Horizonte, Minas Gerais, também determinou que a operadora de plano de saúde deve arcar com despesas médicas cannabis para o tratamento do transtorno de ansiedade de um paciente, que também será a primeira vez que a maconha será legalmente prescrita para o tratamento da ansiedade no Brasil. Vereadores de Salvador, na Bahia, apresentaram projeto de lei que visa facilitar a distribuição gratuita de CBD para pacientes. E em uma decisão histórica que pode ser um grande passo para o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos à base de cannabis no Brasil, a Agência Nacional de Saúde concedeu a pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte autorização para cultivar cannabis indoor para o estudo de distúrbios neurológicos. Esta é a primeira vez que a agência concede autorização para cultivar cannabis para fins de pesquisa.

Por último, mas não menos importante, no último ciclo eleitoral, os constituintes brasileiros elegeram onze legisladores membros do caucus de maconha: seis em nível estadual e cinco em nível federal. A frente parlamentar para legalizar a cannabis medicinal está ganhando cada vez mais força, e essa onda de apoio pode influenciar o Presidente eleito Lula vai repensar política de drogas, começando com a legalização nacional da cannabis medicinal após sua demonstração pública de apoio à sociedade civil ativistas pela reforma da política de drogas.

Só podemos esperar que essa onda verde se transforme em um tsunami que elimine políticas de drogas antiquadas e injustas. E, francamente, uma onda do tamanho de um tsunami é o que é necessário para mudar drasticamente o panorama das drogas no Brasil e não deixar pedra sobre pedra.

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