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Ministro do Brasil afirma que Estado 'nunca travou guerra contra as drogas' em face do aumento de prisões por delitos de drogas

Um ministro brasileiro pediu uma intensificação da Guerra às Drogas, argumentando que punições mais severas reduziriam o uso de drogas.

No início desta semana, Osmar Terra – que foi nomeado Ministro do Desenvolvimento Social em maio de 2016 – afirmou em uma conversa com O Globo que o Brasil “nunca travou seriamente uma guerra contra as drogas”. Ele pediu maior controle de fronteira, penalidades mais rígidas para o narcotráfico e campanhas educativas para combater o aumento do uso de drogas no país.

Relatórios do Instituto Brooking que o uso de cocaína no Brasil "mais do que dobrou desde 2005" e atribui isso a uma população cada vez mais urbana e rica com renda disponível. Terra afirmou que a descriminalização do porte de drogas abriria um precedente perigoso para a eventual legalização das substâncias e que, sem “algum tipo de punição, [as pessoas que usam drogas] vão consumir mais”.

A retórica de Terra indica uma divergência marcante do recente discurso progressista sobre a reforma da política de drogas no Brasil. No final de 2015, membros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram considerando a descriminalização do porte de drogas; o caso foi temporariamente suspenso, no entanto, devido ao escândalo político de grande repercussão e ao próximo julgamento de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A descriminalização do porte de drogas já é a norma em vários países da América Latina, incluindo Colômbia, Equador e Uruguai.

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, e o número total de indivíduos encarcerados "mais do que dobrou na última década", afirma o Brooking Institute. punições para o tráfico. No entanto, a legislação não detalha as quantidades de drogas que são consideradas pessoais e permite considerável discricionariedade judicial ao determinar se um indivíduo possui drogas para consumo ou para fins de tráfico. infratores da legislação antidrogas ocorreu, portanto.

A Denunciar publicado pela Organização dos Estados Americanos constatou que – entre 2007 e 2012 – o número de pessoas presas por tráfico de drogas no Brasil aumentou 123%; de 60,000 para 134,000. De acordo com Resumo da Prisão Mundial, o nível de ocupação das prisões brasileiras é de 157% – indicando um nível extremo de superlotação, enquanto 36% dos atuais presos ainda não foram condenados.

Com o país no purgatório político após a destituição de Dilma Rousseff, é improvável que a reforma da lei de drogas seja priorizada pelo STF tão cedo. Os comentários de Osmar Terra sugerem que o Brasil pode intensificar a implementação de políticas punitivas, enquanto o STF continua preocupado com a turbulência do estado.

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